O piercing já não escolhe idade ou modo de vida. Hoje em dia, cada vez mais pessoas se rendem à arte de furar o corpo, muitos justificando que sobe a auto-estima. Paula Pereira, da «Bad Bones», diz que, em contrapartida, um piercing mal feito é causa de muita tristeza.
Primeiro, é preciso estar determinado a furar o corpo, ter a certeza do sítio onde se quer o piercing, para não haver arrependimentos tardios. Depois, e mais importante que tudo, é preciso saber escolher o profissional a quem incumbimos tal tarefa.
«Não há muitos sítios que se diga que é seguro fazer um piercing. Há muita gente que deixa de parte o acto do piercing e, para ganhar dinheiro, faz um piercing em qualquer sítio eu costumo dizer que é no vão das escadas sem qualquer tipo de higiene», conta Paula Pereira, em declarações à TSF Online.
«Fazem piercings muito mais baratos, com os próprios brincos que as pessoas trazem, que às vezes nem são de material cirúrgico. Tudo por mil, dois mil ou três mil escudos. É claro que a pessoa depois tem imensos problemas», conta a profissional, acrescentando que «há quem os faça nos centros médicos».
Um problema que, na opinião desta especialista, só pode ser combatido com fiscalização. «Estes tipo de situações acontecem porque também não há uma legislação, um controle das entidades que vão as sítios ver se realmente há condições ou não para os fazer», argumenta.
Para além desse controle, Paula Pereira considera que deveria ser obrigatório ter um curso. O dela, tirou em Inglaterra. Defende que fazer um piercing exige profissionalismo e que não é qualquer um que o sabe fazer. «Por exemplo, o piercing na língua pode ter consequências gravíssimas», revela.
No piercing na língua, «se as medições não forem certas e se a barra não for a adequada, a língua pode inchar muito e a pessoa pode vir a ter problemas bem sérios. Se não o souberem fazer, pode vir a ter uma hemorragia derivada do corte das veias principais debaixo da língua», explica à TSF Online.
À parte da falta de profissionalismo, há outros factores a ter em conta quando se quer fazer o piercing. A higiene do estúdio é fundamental e, por essa razão, a profissional da «Bad Bones» convida os interessados, nomeadamente os pais dos menores, a virem conhecer o estúdio onde trabalha.
Seja qual for o estúdio de opção, verdade é que quem vai furar o corpo deve sempre ter atenção ao material que é utilizado. Esse deve ser «descartável», desde as agulhas ao papel que cobre as marquesas, passando pelas luvas e todo o tipo de utensílios que estejam em contacto com o corpo do cliente.
Por todas estas razões, Paula Pereira insiste em recomendar a quem quer fazer um piercing que se informe bem sobre o assunto e que opte por um verdadeiro estúdio, com as condições necessárias. É que, «todos os dias aparecem pessoas que foram fazer piercings a outros sítios e que vêm cá para corrigi-los», disse.
Tudo bem que o piercing não é irreversível, mas um furo mal feito pode levar a uma «tristeza profunda». Algo que pode ser evitado, escolhendo o estúdio certo, mesmo que isso implique mais dinheiro. É que essa imagem de desleixo passa muitas vezes para a sociedade e acaba por «pagar o justo pelo pecador».